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7 COISAS QUE A HISTÓRIA DA PÁSCOA NOS ENSINA SOBRE O CASAMENTO


 Ainda não tínhamos feito uma semana de casados e as nossas diferenças já ameaçavam abrir um buraco entre nós. Não me lembro da razão pela qual eu e o Josh discutimos nessa noite, mas lembro-me de ir para a cama zangada com o meu novo marido. Na nossa lua-de-mel. 

 

Mesmo nessa altura, a dúvida instalou-se na minha mente, fazendo-me questionar se éramos adequados um para o outro. Como descrente recém-casada, eu não fazia ideia de qual era o objetivo do casamento na altura, ou se existia algum. Agora, sei que o plano de Deus para o casamento é refletir a plenitude de quem Ele é num mundo cada vez mais vazio. E Ele dá-nos um exemplo espantoso de como isso deve ser através da vida – e morte – de Jesus na Terra. E este relato, o maior relato da História, não tem nada a ver com chocolates e coelhos.

 

 

O Casamento e a Páscoa 

 

Nesta altura do ano, refletimos bastante sobre a história da Páscoa – a história da traição a Cristo, do Seu sacrifício, da Sua morte e, finalmente, da Ressurreição que mudou o curso da História e a relação da humanidade com o nosso Criador. Mas o que é que isto tem a ver com o casamento? Mais do que possam imaginar. 

 

Se o nosso casamento deve refletir a imagem de Deus, não temos melhor exemplo do que Cristo, a encarnação viva do amor de Deus. Na Sua omnisciência, Deus sabia o que o casamento exigiria. Através do Seu sacrifício, Ele mostrou-nos que o nosso amor um pelo outro e até por Ele não era suficiente. Precisávamos do Seu amor. Precisamos d’Ele. 

 

Eis sete coisas que podemos aprender sobre o casamento com a Páscoa. 

 

1. A traição pode vir daqueles que mais amamos e em quem mais confiamos.

Jesus sabia-o muito bem. Judas – um dos 12, os poucos do círculo íntimo de Jesus – traiu-o, entregando-o aos chefes dos sacerdotes. Este homem tinha percorrido longos caminhos ao lado de Jesus. Sentara-se ao Seu lado e molhara pão com Ele. Para tornar a traição ainda mais dolorosa, Judas identificou Jesus às autoridades com um beijo (Marcos 14:44). 

 

A traição magoa. Quando vem de alguém que amamos e em quem confiamos, é ainda mais dolorosa. E algumas das nossas dores mais profundas virão provavelmente do nosso cônjuge. Ser traído ou magoado é um risco que corremos no casamento. Nenhum casamento está imune. Mas a nossa reação à ofensa tem de refletir a fé e a confiança que temos em Cristo. Podemos escolher amar o nosso cônjuge mesmo quando nos sentimos traídos.

 

2. Não estamos livres de trair aqueles que amamos. 

Pedro era apaixonado pela sua relação com Cristo. Quando Jesus disse a Pedro que ele O renegaria três vezes antes de o galo cantar, Pedro não conseguiu entender. “Mesmo que tenha de morrer contigo, não te negarei!” disse-Lhe Pedro. No entanto, antes do fim da noite, Pedro “chorou amargamente” depois de ter negado o Seu Salvador não uma, mas três vezes (Mateus 26:34-75)

 

Mateus 26:41 diz-nos: “O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Eu identifico-me com este versículo. Nunca quis magoar o meu marido. Mas já o fiz, e faço-o. Às vezes não é intencional: As minhas palavras saem muitas vezes antes de o meu cérebro as conseguir apanhar. Outras vezes, sei quais são as palavras que cortam fundo e deixo-as sair dos meus lábios sem avaliar bem os danos que vão causar. Nenhum de nós está acima de magoar o cônjuge, por muito que tentemos. Lembrem-se: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16:18). 

 

3. Os outros não vão acreditar que o casamento pode ser salvo. 

Ao olharem para o Cristo sofredor, os chefes dos sacerdotes gozaram com Ele. “Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo”, diziam eles. “O Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que o vejamos e acreditemos.” (Marcos 15:31-32). A triste ironia das suas palavras é que, por se recusarem a acreditar, nunca veriam a sua própria salvação naquela cruz. 

 

A nossa cultura é um lugar brutal para tentar salvar um casamento que está a morrer. Não só um número cada vez maior de pessoas não acredita no poder duradouro do casamento, como muitos se sentariam na primeira fila para ver o teu casamento morrer. Eles vão gozar contigo e com o teu cônjuge e dirão que o divórcio é a melhor opção. Protejam o vosso relacionamento ao rodearem-se de pessoas que encorajam o vosso casamento em vez de o arrastarem para baixo. 

 

4. O casamento exige sacrifícios. 

Jesus sabia o que estava para vir. No Getsêmani, Ele orou: “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:39). Mais tarde, antes de ser pregado na cruz “deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o não quis beber” (Mateus 27:34). A mistura de vinho oferecida a Jesus era uma mistura tipicamente oferecida para aliviar um pouco a dor dos condenados à morte. Jesus recusou-se a entorpecer até mesmo uma fração do sacrifício que estava prestes a fazer. 

 

Por vezes parece óbvio que daríamos a vida pelos nossos cônjuges. Mas e no dia-a-dia? Estariam dispostos a sacrificar o vosso conforto, as vossas preferências e até mesmo a ter a razão pelo vosso cônjuge? A um nível muito mais pequeno, sacrificarem-se pelo vosso cônjuge é colocar os interesses do outro acima dos vossos, através de uma série de escolhas que podem parecer insignificantes.  

 

5. O casamento requer perdão. 

O sacrifício de Jesus garantiu o perdão de Deus para aqueles que O amam. Mesmo durante a dor da cruz, Ele clamou em favor daqueles que O crucificaram. “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).

 

O perdão não é apenas algo que nos foi dado, é também algo que nós, como seguidores de Cristo, devemos fazer. Em Colossenses, Paulo diz: “Assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também” (3:13). O teu cônjuge vai fazer asneiras. Muitas vezes. Tu também vais, talvez até mais. Um bom casamento implica muito pedir, dar e receber perdão. 

 

6. O casamento requer fé. 

Depois de o túmulo ter sido encontrado vazio, Jesus apareceu aos Seus discípulos. Tomé não estava lá. E quando os outros lhe disseram que tinham visto o Senhor, Tomé ficou cético. “Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma crerei” Uma semana depois, Tomé viu-se face a face com Jesus, que lhe ofereceu as mãos. “Não sejas incrédulo”, disse-lhe Jesus, “mas crente” (João 20:24-29). 

 

Houve alturas em que foi difícil encontrar o que havia de bom no meu casamento. Era como tentar encontrar um fósforo na escuridão. Eu não conseguia ver as coisas melhorarem e, para ser sincera, nem sempre queria ver. Para aguentar quando se quer largar é preciso ter fé. Nem que seja um bocadinho. Quando os discípulos não conseguiram curar um rapaz, Jesus disse-lhes que era uma questão de fé. “Porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Passa daqui para acolá – e há de passar; e nada vos será impossível” (Mateus 17:20). 

 

O que me leva ao meu último ponto... 

 

7. Todos nós precisamos de um Salvador

O apóstolo João registou as últimas palavras que Jesus disse na cruz: “Está consumado” (João 19:30). Consumada foi a Sua expiação pelos nossos pecados. Ninguém poderia ter pago a pesada dívida que carregamos, a não ser o Filho de Deus. 

 

O casamento é uma bênção, mas não se enganem, às vezes é difícil. Vocês não podem fazê-lo com a vossa própria força e determinação. Tal como o criminoso pendurado ao lado de Jesus, que disse: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino” (Lucas 23:42), temos de reconhecer a nossa necessidade de um Salvador. E, tal como os discípulos que estavam perante o seu Senhor ressuscitado, precisamos que Ele nos dê vida (e ao nosso casamento) com o Espírito Santo (João 20:22). 

 

O teu cônjuge precisa de Jesus tanto quanto tu – nem mais, nem menos. Lembrar disto pode ajudar-te a olhar para ele ou ela de forma diferente. Se o teu cônjuge é crente, então ele já não é a soma de todos os seus pecados. Se o teu cônjuge é descrente, então nunca deixes de orar pela sua salvação.

 

Deus usou a morte e a ressurreição do Seu Filho para restaurar a nossa relação com Ele. Duvidas que Ele possa restaurar o teu casamento? Lembra-te, a história da Páscoa não é uma história de morte e derrota. É uma história de superação da morte em vitória. Com Deus, a história do teu casamento também pode ser uma história de vitória. 


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Artigo Original aqui.

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